quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Lendario Cavaleiro Alforreu- Ziemerhoff

Lendário Cavaleiro Alforreu

Eu estava faminto, supondo a fúria que havia em mim.
De misericórdia dos pobres vivi sem fim
Que os crédulos caiam sobre as águas
Sobrevoem os oceanos e suas magoas
O doce de uma flauta
O arpejo glorioso de uma harpa
Não consigo interromper minhas mentiras mal contadas
Privilegio de quem nem mais se importa
Praguejo canções de mau-dizer pela sua porta
De coração dissimulado me sinto amuado
De pavor simulado eu fui machucado
Com minhas mãos no céu E joelhos no véu
Prezado senhor da nova ordem
Perdoe o meu pesar que já esta pesado
Excomungando por vontade própria, massacrado
Vingais aqueles que estão indefesos
Migrados da terra de ninguém
Minados campos da imaginação de alguém
Forjados e estupros de suas almas
Milagreiro da virgem das calmas
Mensageiro da invocação de Deus
Ou qualquer vulgo a nos atribuído
De bom grado nunca fui concebido
Saqueadores da sabedoria de passagem
Interpreto a margura da personagem
Viajante dos elos esquartejados
Morungado da pesca do barqueiro
Avante arrasadores do navio negreiro
Que o banzo não penetre nos seus poros de Dendê
Fruto dos injustos, usuras de sapê
Catadores de poesias de cordel
Se misturam as noticias de Isabel
Suadas de Razão desarranjadas
Dizimadas das canções
Do vilarejo Catástrofe dos anjos sem arpejo
Sacristia marombeira de um desejo
Gotejando as burrices de meus pais
Fracionada as atenções na encruzilhada
Santuário me perseguindo na madrugada
Destemido senhor do seu destino
Não abandonou as frustrações de menino
Fingidor das personagens desumas
Morador do paraíso não desengana
Proibidor sem gênio e censura
Traidor de Gabriel
Que nem sempre e fiel
Harpeiro honorário de Miguel Cantador da voz de Ezequiel
Letreiro das cartas enviadas Ao céu
Corre foje com Manuel
Brigadeiro, brigador que se cansou
Flagelo e exemplo vivado
Desmentira as palavras que dissera
Fragmentadara e mostrara que era possível
De sinfonias e trejeito impossível
A perfeição se consagra um defeito
Como as tantas medalhas no peito
Meritocrata consumado não tem mais jeito
Bruttus o abandonara no final
Primavera e verão eternizados
Dia-a-dia só se ouviu o bem e o mal

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